Verde cinza de oliveira
guitarras ao longe soam
no areal na ladeira
cigarras o Verão entoam.
Serenatas que são sol
nos sons do sul que me perde
dédalo fantasiado
multiplicidade verde.
Sul ao sol da cal azul
águas a fluir levando
o levante que nos põe
nos corpos morno quebranto.
Laranjais a gritar cor
como a chamar os que seus
fugidos do seu amor
‘inda lhes dizem adeus.
Na terra que ressequida
pede uma lágrima ao céu
há uma lenda escondida
ou um som que se perdeu.
Sul da imaginação
quando a verdade distante
desperta no coração
a nora suplicante
na voz mourisca da historia
os olhos voltam de vez.
Porque dentro da memória
está o ser-se português.
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