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quinta-feira, 1 de abril de 2010



Verde cinza de oliveira

guitarras ao longe soam

no areal na ladeira

cigarras o Verão entoam.

Serenatas que são sol

nos sons do sul que me perde

dédalo fantasiado

multiplicidade verde.

 

Sul ao sol da cal azul

águas a fluir levando

o levante que nos põe

nos corpos morno quebranto.

 

Laranjais a gritar cor

como a chamar os que seus

fugidos do seu amor

‘inda lhes dizem adeus.

 

Na terra que ressequida

pede uma lágrima ao céu

há uma lenda escondida

ou um som que se perdeu.

 

Sul da imaginação

quando a verdade distante

desperta no coração

a nora suplicante

na voz mourisca da historia

os olhos voltam de vez.

 

Porque dentro da memória

está o ser-se português.

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