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terça-feira, 11 de maio de 2010

O Valor da PAZ


Amigos, Leitores, Povo Trabalhador

Enquanto vamos falando de PAZ, demonstrando por todos os meios as nefastas consequências, sobre as populações que a sofrem directamente, e sobre todos os povos do Mundo, pois como há tanto e afirmara a sabedoria do GRANDE chefe pele vermelha, Seattle, tudo está ligado, e hoje os seres humanos, mais que nunca, por diversas razoes, estão todos ligados, e as tragédias dum pais incidem, recaem sobre todos os países, sobre todos os povos, numa desumanização das consciências, por se habituarem ao inaceitável repetitivo, como natural desde a realidade ao olhar poisado sobre imagens que nos vão arrefecendo os cérebros,fazendo aceitar como norma o que se vê continuamente, mesmo quando o que se nos depara, destrói em cada espectador a sua capacidade de empatia e de amor ao próximo!
Mas por detrás das guerras há uma realidade financeira que é urgente denunciar até que todos dela tenham consciência! Enquanto houver fábricas de armas, enquanto estas forem produzindo cada vez maior quantidade de instrumentos de morte, cada vez mais sofisticados e eficazes, enquanto essa produção alimentar os interesses do grande capital,enquanto esse vergonhoso comércio servir e enriquecer em paralelo os traficantes de armas, como foi o caso da guerra do Iraque (entre outras) decidida pelos USA, sob a presidência de Bush, enquanto sua família é proprietária duma das maiores fábricas de munições, que esperança podemos ter de ver cessar as guerras?
Enquanto essas fábricas malditas não forem convertidas em meios de produção que sirvam a Vida e a Paz, como esperar que cessem as guerras.
Com a faca e o queijo na mão, defendendo duplamente os seus macabros interesses de lucro, sobre o sangue dos povos, será difícil, ver uma Paz efectiva ter lugar no Mundo! Possuidores de fortunas, fábricas,as armas servirão os seus ocultos conluios, a não ser que num momento de exasperação suprema, os trabalhadores ocupem as fábricas para lhes dar o uso que lhes parecer conveniente!
Porque Capitães de Abril,é pouco provável que tornem a existir. Agora apenas o controlo dos meios de produção, neste casa de armas mortíferas, poderá vir a ser garante de Paz
futura.

Com o meu abraço Internacionalista

Marília Gonçalves Poeta del Mundo

quinta-feira, 15 de abril de 2010

AO MENOS UMA VEZ....


REFORMADOS ACTIVOS - SOMOS OS MELHORES!



Ao menos num capítulo ninguém nos bate, seja na Europa, nas Américas
ou na Oceânia: nas políticas sociais de integração e valorização dos
reformados.

Aí estamos na vanguarda, mas muito na vanguarda. De acordo, aliás, com
estes novos tempos, em que a esperança de vida é maior e, portanto,
não devem ser postas na prateleira pessoas ainda com tanto a dar à
sociedade.

Nos últimos tempos, quase não passa dia sem que haja notícias
animadoras a este respeito. E nós que não sabíamos!

Ora vejamos:

* o nosso Presidente da República é um reformado;

* o nosso mais "mortinho por ser" candidato a Presidente da República
é um reformado;

* o nosso ministro das Finanças é um reformado;

* o nosso anterior ministro das Finanças já era um reformado;

* o ministro das Obras Públicas é um reformado;

* gestores activíssimos como Mira Amaral (lembram-se?) são reformados;

* o novo presidente da Galp, Murteira Nabo, é um reformado;

* entre os autarcas, "centenas, se não milhares" de reformados - garantiu-o
o presidente da ANMP

* o presidente do Governo Regional da Madeira é um reformado

E assim por diante...

Digam lá qual é o país da Europa que dá tanto e tão bom emprego a
reformados?

Que valoriza os seus quadros independentemente de já estarem a ganhar
uma pensaozita?

Que combate a exclusão e valoriza a experiência dos mais (ou menos...)
velhos?

Ao menos neste domínio, ninguém faz melhor que nós!

Ainda hão-de vir todos copiar este nosso tão generoso "Estado social"...

Joaquim Fidalgo

Jornalista


terça-feira, 6 de abril de 2010

Ousar Ser Feliz no Trabalho



La communication avec Jacques Salomé
10 min - 6 Apr 2009
www.dailymotion.com






 

la communication avec Jacques Salomé


 
   
RELAÇÕES E AUTOCONHECIMENTO
Ousar Ser Feliz no Trabalho
Jacques Salomé e Christian Potié
 

Uma obra rigorosa, assente na realidade concreta e que se dirige a todos os que sentem a necessidade de melhor viver e ser feliz no trabalho.
 

Jacques Salomé, formador em relações humanas e autor da obra A Coragem de Ser Autêntico, e Christian Potié, consultor de empresas, aprofundaram o estudo efectivo das relações humanas na empresa, dando origem a esta obra rigorosa assente na realidade concreta que se dirige a todos os que sentem a necessidade de melhor viver e ser feliz no trabalho. Eles efectuam propostas e pontos referenciais acessíveis a todos, para a responsabilização dos seus postos e das suas funções, mas também para não permitir a morosidade, relações devoradoras de energias, sabotagens relacionais, ou autodestruição; em suma, para melhor se fazer respeitar e se respeitar a si próprio, condição sine qua non para dar à sua actividade profissional um sentido que ultrapasse o simples facto “de ser obrigado a ir ao trabalho, todos os dias, para ganhar o pão” e tornar possível o sonho de Ser Feliz no Trabalho.

O trabalho ocupa, no geral, a maior parte do tempo da nossa vida. Assim, a questão não se deve colocar apenas em relação ao valor financeiro que recebemos por esse tempo, mas quais as consequências dessa troca. Actualmente, não equacionamos bem esta questão, efectuando essa troca por um preço que influi profundamente nas nossas vidas pessoais, conjugais ou familiares...
 
AQUI

sábado, 3 de abril de 2010

Carta nunca Escrita


Meus Queridos

 

 

Como gostaria de saber responder à vossa premente pergunta sobre nosso regresso, como não sei ainda como responder, seguem umas linhas, que o coração ditou, enquanto vos não dou resposta satisfatória. É uma sucinta  explicação sobre o que afinal, ia condicionar nossas vidas ao sair de Portugal.

Na manhã em que partimos para França, fiquei contemplando as paredes do meu quarto, cobertas de tanta, tanta lembrança... estranho pressentimento assaltava-me o espírito. Que aventura começava ali, no abandono do lar familiar, rumo a que desconhecido? O passo que íamos dar seria definitivo? Tentei serenar, partíamos por escolha, só podíamos ir a caminho de melhor futuro em busca de solução para o que nos afligia. No entanto, no momento de fechar a porta de casa, a garganta apertou-se-me, e afirmei, talvez tentando convencer-me do que dizia:

Daqui a cinco anos estamos de volta. Repeti a mesma frase a meu marido, entre pergunta e afirmação, meu marido aquiesceu, sem saber bem que responder-me, como se ele também se sentisse no peso da questão posta, angustiante, no instante da partida.

Partimos. Fechava-se a porta sobre a única casa familiar, aquela por onde novos e velhos haviam passado, o ninho para quem demoravam seus habitantes, fiel, à espera sempre. Ou quem sabe, se com o tempo ela também farta de espera, se diluiria na paisagem?

Chegámos a França, era fim de Janeiro, apesar  do frio o sol brilhava, sorriso de boas-vindas, ou como tal acolhido.

Depressa começou vida nova. Nova casa, filhos na escola, dia-a-dia de trabalhos para cada membro da família consoante a idade. As primeiras alegrias, as primeiras vitórias, e rapidamente as primeiras saudades.

Quando vieram as férias e seguimos de avião rumo ao país, o mesmo entusiasmo quase febril nos habitava todos. Parecia mentira, voltávamos, por pouco tempo, mas pouco ou muito, esse tempo era nosso e nada nos podia arrancar dessa magnífica realidade. Foram as mais belas e extraordinárias férias que vivemos até hoje. Melhor e mais intenso só o regresso definitivo.

Ah, o regresso! Quando teria, quando terá lugar?

Como em pouco tempo tudo parecia mais complicado, quando se abordava a ideia de regressar. Por um lado era a escolaridade dos filhos, por outro tínhamos comprado a casa de que partíramos, mensalidade certa, que nos obrigava a mais distância, nestas humanas contradições que vamos sendo, já que de nada serve, casa que longe está. Mas logo uma frase, sempre a mesma todos os anos, surgia em nós tranquilizadora:

Daqui a três anos voltaremos. São só mais três anos. Mas no ano seguinte quando as saudades apertavam, e contingências da vida não nos abriam a porta da Pátria, a mesma frase vinha em socorro da nossa saudade, da nossa fome de regresso:

São mais três anos, só mais três anos de sacrifício. Três anos, nem tão longe, nem tão perto, que nos não permitisse tentar solucionar problemas.

Só o Pedro mereceu o regresso. Só ele teve coragem de voltar. Com a guitarra nas mãos, por único tesouro, declarou-nos solene, que antes queria voltar e só comer pão se fosse caso disso, mas queria, precisava ouvir rir, que não suportava mais viver na cinza da paisagem geográfica e humana. Mas o Pedro tinha dezoito anos, era livre, sem família a cargo, nada o obrigava, senão a força da sua juventude.

Nós porém continuámos vivendo nossas armadilhas, que nos distanciam do regresso, vamos suportando o peso de nossos logros de nossas ilusões. Humanos sonhos de que sempre se paga o preço. Nossas gaiolas de ouro, ou como tal avaliadas, e nos sujeitam às vezes além vida.

Mas também a dupla cultura  impõe seu tributo. Hábitos adquiridos, conhecimento, direitos, deveres.

E as filhos, os que estiveram sempre de corpo e alma em todos os combates, casadas agora, com filhos também... como conciliar tudo. Como buscar ainda colectiva felicidade?  Ou renunciar?

E ainda hoje, vinte e quatro anos depois não sabemos ao certo quando chegará a hora do regresso.

Alguns de nós, dos nossos, voltaram, sem olhar para contemplar paisagem, sem calor no rosto, sem coração ardente para apreciar o regresso. Voltar, havemos de voltar, bons filhos procurando o caminho da infância e a Casa, abrigo de todos os sonhos, voltaremos talvez sem consciência de voltar, a voar-nos dos olhos a promessa que a vida tarda em cumprir.

Mas mortos ou vivos havemos de voltar. Que a Pátria chama! Portugal espera seus filhos.

Se o rei dos poetas portugueses, Camões, nunca tivesse saído de Portugal, será que os imortais Lusíadas, teriam sido dados à Pátria, teriam brotado alguma vez?

Será que esta mágoa-saudade que leva os lusos na distância, é que vai gerar ao longo dos séculos, mais poetas, pequenos e grandes, talentos ou génios?

Triunfo de Portugal eterno, sobre nosso próprio sofrimento, Portugal erguendo-se em Saudade, a portuguesa, a intraduzível palavra, sobrepondo-se à efémera dor humana, na brevidade de cada história.

Como nos falámos ao telefone esta manhã, tudo sabemos uns dos outros de essencial, apenas

Esta questão, sempre  envolvente, teria que ser abordada mais amplamente. 

Um xi, mais um, muito apertado, com minha infinita saudade

Até breve e mais intensamente até ao desejado regresso.


O que de cada um de nós ficou pelo caminho? O que se perdeu de essencial? Que cinzas voltam de nossos sonhos? Ou de nós?

Entretanto recebam um festival de carinhos e beijos

Marília


quinta-feira, 1 de abril de 2010

Ria Formosa


Estende-me teus braços

oh Ria  Formosa

não quero outros laços

em versos ou prosa

que possam deter

meu olhar marinho

o mar a correr

a gemer baixinho.

Oh Faro cidade

de lendas e mouros.

Morro de saudade

em prantos e choros.


Marilia Gonçalves



Verde cinza de oliveira

guitarras ao longe soam

no areal na ladeira

cigarras o Verão entoam.

Serenatas que são sol

nos sons do sul que me perde

dédalo fantasiado

multiplicidade verde.

 

Sul ao sol da cal azul

águas a fluir levando

o levante que nos põe

nos corpos morno quebranto.

 

Laranjais a gritar cor

como a chamar os que seus

fugidos do seu amor

‘inda lhes dizem adeus.

 

Na terra que ressequida

pede uma lágrima ao céu

há uma lenda escondida

ou um som que se perdeu.

 

Sul da imaginação

quando a verdade distante

desperta no coração

a nora suplicante

na voz mourisca da historia

os olhos voltam de vez.

 

Porque dentro da memória

está o ser-se português.

A Casa


Meu abrigo minha casa

como eu te quero bem

lembras o sol sempre em brasa

nos braços de minha mãe.

 

Minha casa onde moraram

meus sonhos de mocidade

onde meus filhos brincaram

meninos de pouca idade.

 

Minha casa de encerados

do cheiro quente do forno...

desses dias encantados

presos ao nosso olhar morno.

 

Minha casa dos amantes

a viver dias que passam

tão ternos tão esfuziantes

mas que depressa esvoaçam.

ANOITECER NA RIA



ANOITECER NA RIA

 

Desfaz-se o luar a Ria

em fios de prata a boiar

mil estrelas a naufragar

quando chega o fim do dia.

 

Nessa pálida harmonia

bailados da luz poente

cintilam suavemente...

murmúrios d’água, segredos

falas antigas e medos

vogam também na corrente.

 

 Marília Gonçalves